Da historicidade do “cristo da fé”

A Revolução Francesa é um fato. E acho que ninguém negará isso. Houve um Robespierre histórico que condiz, em maior ou menor grau, com os relatos que chegaram até nós. Ninguém me chama de fanático por afirmá-lo.

Digo mais, houvesse o dobro de registros históricos sobre a Revolução Francesa, ela não se confirmaria mais do que já está confirmada. Porque o que lhe valida não são tanto os registros, mas como ela moldou a história posterior. Podemos encontrar diversas realidades na sociedade hodierna e precedente que validam e confirmam a historicidade do movimento francês. Toda a linha que se desenvolveu de 1789 até hoje é plenamente coerente com os diversos fatos associados àquela revolução burguesa.

Até aqui, ninguém me chama de “crente”. Elencarei outros fatos.

Existiu, vivendo na Judéia e regiões próximas, no século I, um judeu de nome Jesus. Filho de uma jovem descendente de Davi e de um artesão (por adoção ou não), provavelmente um carpinteiro, também da família do grande rei. Este homem fez milagres, juntou discípulos, arrebatou multidões, fundou uma Igreja, e foi pregado numa cruz com crueldade incomum. Ressurgiu dos mortos e, em seu nome, muitos prodígios ocorreram. Há duas fontes distintas e independentes dos evangelhos, e ambas afirmam isso. É o que basta para a ciência histórica confiar no que dizem.

Em seu nome muitos morreram, para lhe serem fiéis. As fontes históricas disso são ainda mais copiosas. Sabemos, por relato próprio ou de terceiros, o que os primeiros cristãos defendiam. E encontramos coerência incrível entre o que esses homens defenderam e a vida e ensinamentos daquele nazareno. E como isso se chocava com a cosmovisão dos povos e tempo em que suscitou. Também sabemos que a fidelidade a, mais que umas ideias teóricas, mas aquele homem era tão radical que levou inúmeros, como nunca antes nem depois visto (exceto no seio do próprio Cristianismo), a preferir morrer a transigir, morrer a trair aquele Jesus. Tudo isso é cientificamente certo.

Mais do que tudo isso, e foi o mesmo critério que usei para julgar a realidade da Revolução Francesa, podemos comprovar de que maneira absurda esses fatos conformaram a história posterior. O fato do Cristianismo alterou a história como nenhum outro poderia ser capaz. Os eventos mundiais dos séculos recentes, como as revoluções burguesas e as grandes guerras fizeram menos para a alteração do curso histórico que aquele fato, localizado numa faixa estreita de terra entre o Mediterrâneo e a Mesopotâmia, de meros 3 anos de duração que foi a vida pública de um único homem.

Contestar a realidade da magnificência de Jesus, de sua realidade como Cristo, e de sua importância acima de todo homem: o Nome que está acima de todo outro Nome, não é coisa para céticos. É coisa de quem prefere crendice à razão. Prefere acreditar em mentiras por preconceito de aceitar milagres a submeter-se à verdade evidentíssima apresentada pela história. É mais teimoso e turrão em aceitar os fatos evidentes que qualquer crente ou supersticioso. Deixa de lado sua razão para se apegar a uma crença sem fundamento, em nome de uma ciência que defende com palavras, mas não aceita seus vereditos.

«A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade.» — Papa João Paulo II

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