Deuterocanônicos

Por Everton Jobim

Um grupo de judeus , por volta do ano 100 d.C., reuniu-se no Sínodo (ou na Sinagoga ) de Jâmia, ao sul da palestina , para estabelecer o cânon do livros sagrados .

Segundo este Sínodo: o livro sagrado não poderia ser escrito fora de Israel ; não em aramaico ou grego, somente em hebraico ; não posterior ao período de Esdras (458-428 a.C.) ; e não contrário à Torá

Os judeus da palestina definiram seu cânon sagrado não reconhecendo livros que desobedeciam tais critérios.

Em Alexandria, não obstante , uma rica colônia judáica não adotou os critérios estabelecidos pelos judeus de Jâmia.

Os judeus de Alexandria traduziram os textos em 250 e 100 a.C., originando à versão “Bíblia dos Setenta ” .

Os Livros de Alexandria  lidos como Texto-Sagrado eram: Tobias, Judite, Sabedoria, Baruque, Eclesiástico ou Sirácida, 1o e 2o dos Macabeus, além de Ester 10,4 – 16,24 e Daniel 3,24-90; 13ss).

No início da era cristã , existiam dois cânones entre os judeus : o restrito, da Palestina, e o de Alexandria , incluindo os nossos deuterocanônicos.

O grupo de Jâmia converteu-se em dominante na historia judáica, não obstante , judeus , em todo o mundo , aceitavam o cânon de Alexandria.

No primeiro século da era cristã, os apóstolos, escreveram os textos sagrados que se propunham ser a continuação dos livros do AT.

A Igreja não considerou as decisões de Jâmia – concílio judeu posterior a Cristo. Além disso, o referido concílio rejeitou documentos cristãos – como os evangelhos e os demais textos do Novo Testamento. Ao rejeitar os deuterocanônicos, Jâmia rejeitou livros usados por Jesus, e pelos apóstolos; e que estavam na edição da Bíblia dos setenta  – a Septuaginta.

Os apóstolos não ensinariam coisas erradas , não conduziriam as almas no caminho do erro e da falsidade. Logo , o Cânon de Alexandria é válido para os cristãos.

Os evangelistas, ao escreverem o NT em grego, citam o Antigo Testamento, usando a tradução de Alexandria (Mt 1,23 quando cita Is 7,14; e Hb 10,5 (cita Sl 40,6).

O papa Dâmaso, no ano 374, confiou a São Jerônimo o cuidado de traduzir e organizar os livros sagrados, que formam o atual cânon da Igreja romana. O Concílio Ecumênico de Trento confirmou a lista do Papa Dâmaso.

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