Por Danilo Ribeiro
Imagine um homem de 40 anos chamado João e seu pai, Francisco, de 60 anos.
Os dois estão na mesma casa e recebem a visita de um terceiro.
Durante o período de visita, Julia, a visitante, começa a olhar o álbum de fotos da família e vê uma foto de João quando ainda era um bebê, com apenas três dias de vida.
Julia pega essa foto em suas mãos, mostra para Francisco e pergunta:
— Como o senhor pode ter certeza de que este bebê é o João que agora tem 40 anos e é tão diferente? Como sabe que substancialmente são a mesma pessoa?
Francisco então responde:
— Eu tenho absoluta certeza de que são substancialmente a mesma pessoa porque eu o vi crescer, dia após dia e ano após ano. Eu acompanhei o desenvolvimento dele e por isso sei que são a mesma pessoa.
Agora imagine que João pudesse fazer uma viagem no tempo e retornar para o momento daquela foto, 40 anos atrás.
Ao chegar, encontraria seu pai ainda jovem, com 20 anos de idade e então se dissesse ao senhor Francisco que ele é o bebê João que ele segura em seus braços, certamente Francisco acharia aquilo um grande absurdo e não acreditaria.
Mas João foi preparado para tal reação do seu pai e levou consigo um amontoado de fotos organizadas, onde podia mostrar, sem dizer uma única palavra, ao senhor Francisco as fotos do bebê com um dia, com dois dias, com três dias, com um mês, com três meses, com seis meses, com um ano, com dois anos, com quatro anos e assim sucessivamente até que chegasse às fotos de João com 40 anos.
Mesmo sem ter ouvido nenhum argumento de João, o senhor Francisco ficaria conturbado com como aquilo poderia ser possível e teria certeza de que o bebê João e o homem João de 40 anos eram a mesma pessoa.
Disso concluímos que pelo menos uma das formas para que alguém possa ter plena convicção de que um ente é substancialmente o mesmo em potência que aquele ente já desenvolvido em ato, é necessário que tenha acompanhado ou possa perceber com seus sentidos todo o desenvolvimento daquele ente.
Da mesma forma, podemos dizer que absolutamente toda a fé da Igreja Católica hoje é substancialmente a mesma fé crida e ensinada por todos os apóstolos, nas escrituras e na tradição.
Cada um dos pontos doutrinários ensinados e reconhecidos de forma dogmática pela igreja católica hoje é a fé cristã de todas as épocas.
Os dogmas marianos, o purgatório, a intercessão dos santos, a transubstanciação… Tudo isso sempre existiu em potência, no depósito da fé da igreja desde seu fundamento há pouco mais de dois mil anos.
Hoje temos em ato tudo aquilo que sempre existiu em potência.
E como posso atestar que isso é verdadeiro, mesmo que para as impressões de um ou outro indivíduo dos dias atuais isso seja absurdo?
Se você quer atestar por si mesmo, faça o que João fez com suas fotos.
Estude a história do cristianismo, veja com seus próprios olhos o desenvolvimento da doutrina cristã em todas as épocas, leia citações de doutrinas que foram se desenvolvendo desde o embrião até o que é hoje tido como dogma de fé.
Após ter feito uma breve investigação desses fatos, verá então que o cristianismo bíblico dos apóstolos, dos pais da igreja, dos santos no decorrer dos séculos e a fé católica de hoje são substancialmente a mesma fé.
Esse é certamente o primeiro passo a ser tomado antes de qualquer crítica à Santa Igreja Católica.