No grande pátio aberto em frente à escola El-Omarieh começa a Via Dolorosa: o caminho palmilhado por Cristo carregando a cruz; o caminho que havia de reter seu Corpo entre o céu e a terra no Monte Calvário. Todas as sextas-feiras de cada semana, os franciscanos acompanhados de fiéis e de peregrinos repetem essa caminhada, rezando a Via Sacra.
Hoje, as ruas que fazem parte da Via Dolorosa têm seu piso de paralelepidos, salvo os pontos de reparos, que sempre existiram; ainda hoje essa via é impossível de ser transitada diretamente, do principio ao fim, em vista de ter a autoridade pública, em tempos idos, autorizado a construção de edifícios no seu desenvolvimento; isso impede que o trajeto possa ser realizado diretamente, sem que, a meio caminho, mais ou menos, o viajante ou peregrino se veja forçado a dar uma grande volta para depois retomar a citada Via. O caminho real, pisado por Cristo, alcança, aproximadamente, a extensão de 600 a 700 metros.
– 1ª Estação: o lugar referente à primeira estação está no pátio da Escola El-Omarieh.
– 2ª Estação: o lugar desta segunda, já em plena via pública, se situa ao lado da Igreja da Condenação, o lugar da imposição da cruz,
– 3ª Estação: o lugar da primeira queda, logo após a passagem da área do Ecce Homo; à direita se encontra um edifício guardado por padres gregos ortodoxos, denominado Prisão de Jesus; no sub-solo, que é todo de pedra, efetivamente se vê, praticamente, no segundo sub-solo, numa sala que deve medir, mais ou menos, seis por metros quadrados, com porta de ferro, uma pedra servindo de assento. Esta pedra tem dois orifícios, um ao lado outro; o confinado permanecia sentado com as pernas passando por esses orifícios. Portanto, com as pernas separadas; na parede, na altura do calcanhar, se veem argolas com correntes que serviam para prender os pés; com isso, a fuga se tornava praticamente impossível; as fontes consultadas informam que não é verdadeira a afirmação de que Jesus esteve preso ali; no entanto, estando no local, o autor destas linhas não se conteve de observar tanta perversidade de um homem para outro homem, e orou ao Senhor pedindo, em voz alta, para que todos ouvissem, e afastasse dos homens tal instinto e que nenhum homem mais fosse ali confinado. A visão dessas celas é de estarrecer qualquer cristão; é de suma perversidade prender um ser humano numa dessas celas. O que ainda não foi dito é que a passagem do pátio da condenação, em frente à escola para a via pública se faz por estreita porta que permite a passagem de uma pessoa por vez. Ora, sabendo-se que as orações da Via Sacra, todas as sextas-feiras, com partida às quinze horas por, no mínimo, cem pessoas, todas visitantes e peregrinos de toda parte do mundo, já se calcula a impossibilidade de acompanhamento da oração. A procissão já começa a cindir-se, os que ficam para trás não escutam as orações do início.
– 4ª Estação: No lugar da quarta estação, existe um pequeno oratório que fica sobre a porta de entrada de dois bustos: um da Virgem Mãe, Maria; e outro, o de Jesus. É o lugar do encontro de Jesus com a sua Mãe, Maria. Deste ponto em diante já se começa a subir a encostra do vale chamado Tiropeion.
– 5ª Estação: Logo no início está o lugar de onde Simão de Cirene passou a ajudar Jesus, carregando Sua cruz; a razão deste auxílio, permitido pelos judeus, estava no fato de que temiam pela morte de Jesus antes Dele chegar ao Calvário.
– 6ª Estação: Ainda em subida, encontra-se o lugar onde Verônica (palavra que significa “verdadeira”) limpou o rosto do Mestre; está situado logo após a passagem de uma área livre. Do lado esquerdo da rua, se pode ver uma capela; e, logo a seguir, uma escada, e entrar-se numa igreja chamada de Santa Verônica. Sim, é uma igreja sobre uma capela, guardadas pelos gregos ortodoxos.
– 7ª Estação: Pouco mais para o alto, num lugar onde a subida é ingreme, extamente numa encruzilhada, está o lugar desta estação, quando Jesus cai pela segunda vez; nesse lugar estaria, durante o fúnebre cortejo, a Porta Jurídica, da muralha da cidade.
– 8ª Estação: O lugar está assinaldo por uma cruz encaixada na parede de um convento ortodoxo.
– 9ª Estação: O lugar desta estação ostenta uma haste junto à porta do convento ortodoxo. Daqui até a última estação, os prédios cobrem a rua numa extensão bem grande; em ambos os lados existem numerosa casas de comércio vendendo quinquilharias, objetos de madeira, de barro, artigos religiosos; os proprietários estão sentados à frente, esperando pelos fregueses, aos quais convidam, frequentemente a entrar; nesta rua o sol não penetra.
As últimas cinco estações estão situadas no interior da Igreja do Santo Sepulcro. Por isso não estão mais destacadas. Observo, ainda, que o monte Calvário tem 5,50 metros de altura e está totalmente guardado dentro dessa igreja.