Se a Igreja é contra a reforma agrária, o que fazer então com as famílias que não encontram oportunidade de sobreviver nas cidades?
João Bosco Marques da Cunha
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Caríssimo em Cristo,
Obrigado por sua mensagem. Vamos à resposta.
O senhor reduz tudo a um campo muito pragmático. Se as famílias não tem condições de sobreviver nas cidades, tomemos as terras dos outros para dar a elas – é sua tese.
Ora, nada justifica um erro, um pecado. E atentar contra a propriedade dos outros é pecado, é furto!
Reconheço que muitos estão passando fome, mas isso não dá o direito do Estado arbitrariamente atacar algo que pertence a um dos seus súditos e dar a outro. A propriedade é privada, não estatal. Aliás, o Estado deveria dar as suas terras e não as dos outros.
Nosso site não tem condições de dar uma resposta mais ampla, com repercussões na economia, na sociedade, pois isso foge ao escopo de nosso apostolado. Somos uma equipe de catequese, de apologética. Se adentramos temas políticos é para dar o ensino da Igreja. A partir dele podem surgir idéias, sempre coerentes com tal ensino.
Podemos, isso sim, dizer o que NÃO é compatível com a Fé Católica. Daí fica mais fácil, sabendo o que é proibido, pensar idéias lícitas.
Em nossos artigos damos o pensamento da Igreja, contra a reforma agrária de moldes socialistas. Qualquer coisa que se faça para melhorar a vida dessas famílias, desde que o direito de propriedade seja respeitado, será permitido. Dizemos o NÃO, dando ampla liberdade para o SIM.
Aproveito para dizer que, mesmo que a reforma agrária confiscatória fosse permitida, ela não seria frutuosa. Além de pecado, é ineficaz, e transforma o campo em favelas rurais. Melhor do que transformar sem-terra em proprietários seria dar-lhes trabalho. A solução não é transformar todo mundo em patrão: seria coletivismo, o mais puro socialismo, condenado pela Igreja diversas vezes.
Em Cristo,