Era uma vez um grande e poderoso rei, que possuía vastos e riquíssimos domínios, além de um incontável números de súditos.
A administração do Rei, era zelosa e eficientemente organizada. Da mesma maneira o era o sistema econômico, gerador de todo o tipo de riquezas, com fartura, abundância e distribuição equânime de seus melhores frutos entre todos os súditos. O aparato bélico-militar à disposição do Rei , era também inigualável ? tanto para defesa como no ataque e não havia ninguém, com chances de se equiparar à força militar daquele reino.
O Rei amava todos os seus súditos, os quais em sua profunda inteligência, argúcia e sabedoria, conhecia muito bem ? em suas virtudes e em seus defeitos e eles eram tão amados, que Ele resolveu adotar a todos como seus filhos, dando-lhes tudo aquilo que mais precisassem, para que pudessem ser verdadeiramente felizes por toda a vida.
Mas como ocorreu uma terrível rebelião, causadora de insubmissão, conflitos e guerras, o Rei achou por bem, regularizar a vida daqueles súditos com algumas leis que os protegessem de inimigos estrangeiros, de traidores e também de si mesmos, para a manutenção de sua paz, saúde e prosperidade.
As leis eram várias e versavam sobre todos os assuntos de importância para a vida dos súditos, mas como quisesse simplificar ao máximo a eficiência, alcance e observância daquelas leis, o Rei resolveu proclamar uma única lei, que fosse superior à todas as outras: Seria a ?Lei Magna? do reino e se chamaria ? AMOR.
Então certa vez, numa situação de extremo perigo para a vida de todos os súditos e sobrevivência do reino enquanto tal, o Rei , que amava todos os seus súditos como filhos e para evitar sua destruição e aniquilação, em sua imensa bondade e misericórdia, enviou seu único filho de sangue ? para salvar àqueles seus súditos da morte, mas nesta missão, o filho natural do Rei e seu herdeiro muito amado, acabou morrendo em meio a muitas dores e sofrimentos, mas salvou a todos os outros filhos por Ele adotados.
Apesar disso, para imensa tristeza do bondoso Rei, havia muitos súditos que ignoravam ostensivamente o Seu amor e dedicação por eles, violando constantemente todas as leis em vigência no reino e dedicando-se ao amor de tudo aquilo que o Rei mais odiava – para ofendê-Lo, feri-Lo e provoca-Lo ? renegando conscientemente sua própria condição de súditos e filhos adotivos, para obedecerem a outros reis e amarem pais renegados.
Havia ainda, vários outros súditos, que mesmo tendo muitos defeitos, limitações e vícios – em consonância com as centelhas de amor que portavam, desejavam sinceramente buscar seu Rei como filhos, mas estes tinham imensas dificuldades em cumprirem as leis do reino e mesmo quando as cumpriam, nunca era de uma maneira perfeita e geralmente não por muito tempo. Aí eles sentiam uma enorme tristeza e frustração, desejando muitos deles, abandonar de vez o reino e dedicarem-se a outros senhores, buscando outros pais, como tantos súditos já faziam há muito tempo.
Mas o amor que o Rei tinha por eles era muito grande e eles o sentiam e sabiam, não conseguindo abandoná-Lo nunca, mas também não conseguindo amá-Lo completamente como precisavam e deveriam.
E por último, havia um número bem menor de súditos, que amavam tão profundamente o Rei, sentindo Sua Paternidade de forma tão intensa e plena, que não ousavam nunca desobedecer a sua lei e ainda alguns dentre eles, que nem sequer se preocupavam com as várias leis que existiam, mas seguiam apenas a Grande Lei do reino que era o Amor.
Esses, desfrutavam de tal proximidade e intimidade com o Rei, que atendiam a todos os seus desejos como se fossem ordens, pelo simples prazer de agradá-Lo constantemente e viverem em Sua Companhia permanente.
O Rei, por sua vez, apesar de ter um grande amor por todos os seus súditos e filhos adotivos, tinha uma natural predileção especial por estes e também gostava muito de sua convivência, sendo que Ele, que nunca se deixava superar em amor, estava sempre atento aos mínimos desejos e vontades daqueles súditos e filhos que mais o amavam.
Então, aqueles outros que somente desejavam obedecer e amar o Rei, mas nunca o conseguiam completamente, começaram a se aproximar dos súditos e filhos prediletos do Rei, para que, com sua convivência, ensinamentos e exemplos, pudessem aprender a imita-los, descobrindo com o tempo a sua própria maneira de amar o seu querido Pai e Rei..
Além disso, quando precisavam de alguma coisa Dele, mais fácil e rapidamente o conseguiam, fazendo a solicitação através dos seus irmãos que gozavam da Real Predileção, pois o Rei desta forma, nunca conseguia negar-lhes coisa alguma.
Esses irmãos prediletos, faziam ainda, todo o empenho para pessoalmente e com suas particulares habilidades, sustentar, recuperar e socorrer os outros irmãos mais limitados – na sua constante luta para aprenderem a amar o bondoso Pai e Rei, que desta forma, via os seus filhos e súditos, amando-o e amando-se entre si.